O Futebol nos anos sessenta e setenta – já tantas vezes me referi a este tema – era: ponto de encontro, de desencontro, de amizade, de discórdia, de entusiasmo e de tristeza, de companheirismo e de rivalidades, de aprendizagem cívica e de altruísmo, de participação sociocomunitária, de voluntariado (desde jogadores, treinadores e dirigentes), de quezílias e de farras amistosas, de entrega e de luta desportiva, de competição e de lazer…
Tardes bem passadas.
Fosse em tempo de invernia – sempre se disse que o futebol na Europa era um desporto de inverno – fosse de calmaria, quase ninguém ficava indiferente (aliás bem poucos o eram). Pelas festas maiores na ilha – no verão – certo era surgir como chamariz no cartaz da respetiva Festa, um ou mais jogos de futebol: Santa Maria Madalena; Bom Jesus de São Mateus; Festa da Filarmónica na Calheta; Festa da Senhora da Piedade, quando o campo era ao lado da Igreja; Senhora do Livramento, em dois anos, na década de setenta (que me lembre) que foi realizada no verão; Nossa Senhora de Lurdes (depois Semana dos Baleeiros) – um jogo no sábado depois das Regatas Baleeiras: Desportivo Velense, Sport Praiense, Angustias Atlético, e outros marcaram renhida presença e na segunda durante anos era o Torneio Relâmpago: Lajes, Cais e Madalena que terminava já quase noite fechada…
Há dias surgiu na rede social https://www.facebook.com – Fátima Furtado, uma foto que aqui reproduzo, referente a uma seleção de Futebol da ilha do Pico, com certeza para uma das festas acima lembradas e que julgo ser no Campo do Vitória Futebol Clube no ano de 1972…
Aqui vai a identificação desses heróis esquecidos:
Selecção do Pico - Fotografia de Fátima Fortunado
De pé: Manuel Joaquim (Tarimba) – C.D. Lajense; Carlos e Paulo Roque – Santo Amaro; Tibério Furtado – Vitoria S. Roque Pico; Leonildo Machado e Orlando Barbeiro – CDL; Ivo Mesquita – F.C. Madalena e Óscar Gomes – Vitoria S. Roque Pico;
Em baixo: Daniel Martiniano – CDL; João Paulo e Rui Lopes – Santo Amaro; Pedro Miranda – Vitoria S. Roque Pico; Faria – FCM e José Mariano – Santo Amaro;
Esta seria uma lembrança de júbilo pelos nossos valorosos heróis do futebol picoense, caso não tivéssemos de referir, com a devida vénia pela sua memória e enorme tristeza, os que já não estão entre nós: Paulo Roque Matos, Leonildo Machado e Ivo Mesquita…
Uma saudosa saudação aos caros amigos – joguei contra todos eles – que ainda estão entre nós, são um exemplo pela sua abnegação e “amor à camisola” aos respetivos clubes, para todos os que hoje se exibem nos relvados sintéticos da nossa ilha, sem remoques…
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